Estou a viver um momento de descobertas e resolvi falar sobre isso.
Ultimamente, tenho mudado a forma como olho o meu corpo. Decidi olhá-lo de uma forma mais carinhosa. Ao invés de me focar naquilo que me fazia não gostar dele, pensei "o que tenho a perder se o amar assim? Do jeito que ele é? O que poderia acontecer de tão ruim se o aceitar?"
Exato, nada. Muito pelo contrário. Bem, vou voltar um pouco atrás no tempo.
Se me segues há algum tempo, sabes que fui obesa quase toda a minha vida. E isso deixa marcas.
Batalhei muito e consegui perder 60kg em cerca de 10 meses.
Mas mesmo quando o IMC demonstrava que estava dentro do peso considerado “normal”, eu ainda me via e sentia gorda. Nesse sentido, fui extremamente restrita na minha alimentação, e quando digo extremamente é mesmo no sentido literal. Claro que ao ser extremista e depois de tanta restrição com a comida, e com muitos acontecimentos negativos na minha vida nessa altura, cheguei a um ponto em que não aguentei mais e desenvolvi um distúrbio alimentar. Naturalmente, o que eu tanto tentei evitar aconteceu, voltei a ganhar peso.
Tenho, desde então, vivido insatisfeita com o aspeto do meu corpo e, a batalha com a minha relação com a comida é diária. Mas como eu defendo que "é a mente quem comanda o corpo", tenho vindo a treiná-la.
Depois de um ano assim insatisfeita, fartei-me e decidi arriscar a procurar a beleza além dos padrões impostos pela sociedade.
Já fui mais magra do que sou hoje, mas não mais feliz.
Isto de me olhar com amor, é um processo difícil, bastante demorado mas é possível.
Treinar o olhar para perceber a beleza da "imperfeição". Começo por olhar para as minhas “imperfeições” até encontrar um certo charme nisso, afinal, é das coisas que me torna única.
E volto a repetir: Não é fácil, é um dia de cada vez, mas não custa nada tentar.
Até porque "se eu gostar de mim, quem não gostará?" ❤️
🌙🌷
um abraço,
Ana Rita Leite
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